07 de abril, Dia do Jornalista: mais que informar, é sobre honrar a verdade e respeitar pessoas

Por mais que os tempos mudem, o jornalismo segue sendo uma das profissões mais essenciais — e também mais desafiadoras — da nossa sociedade. No Dia do Jornalista, não basta apenas celebrar. É preciso refletir sobre a responsabilidade que carregamos ao exercer essa função, especialmente quando ocupamos posições de liderança dentro de um veículo.

Ser jornalista é mais do que noticiar. É entender o impacto que cada palavra pode causar, é ouvir com respeito, apurar com rigor e publicar com coragem. Imparcialidade não significa ausência de sensibilidade, mas sim compromisso com a verdade, mesmo que ela desagrade interesses.

Essa responsabilidade é ainda maior para quem está à frente de uma redação, seja como editor, chefe de reportagem ou diretor de jornalismo. Liderar não é apenas escolher pautas ou revisar textos. É também construir ambiente. E ambientes tóxicos, autoritários ou desrespeitosos minam a essência do jornalismo, que se baseia em diálogo, escuta e empatia.

Um bom líder não é aquele que grita mais alto, mas quem sabe orientar com firmeza e gentileza. É quem reconhece que por trás de cada repórter, fotógrafo, produtor ou estagiário, existe um ser humano com história, talento e potencial. Cordialidade com todos — do estagiário ao repórter sênior — não é favor, é obrigação. E, muitas vezes, é no bom dia sincero, na crítica construtiva ou no elogio merecido que se moldam profissionais mais confiantes e redações mais produtivas.

Infelizmente, ainda existem muitos que usam cargos como escudo para vaidades e humilhações. Que confundem liderança com autoritarismo e hierarquia com superioridade. Esses não entenderam nada sobre o que é ser jornalista — porque quem não sabe lidar com gente, não está pronto para contar histórias.

Neste 7 de abril, que a gente celebre o jornalismo lembrando sempre que informar bem começa dentro de casa. Que o respeito entre colegas de profissão é o alicerce para que a notícia chegue limpa, justa e verdadeira ao público. E que só há credibilidade onde há humanidade.

Ana Barros é jornalista, especialista em assessoria de imprensa