
Definido por seus organizadores como o “maior movimento de masculinidade da América Latina”, o grupo evangélico Machonaria está no centro de uma grave crise institucional. Dezoito pastores renunciaram aos seus cargos e denunciaram o fundador do movimento, pastor Anderson Silva, por desvio de R$ 500 mil.
A denúncia foi formalizada em uma carta aberta publicada nas redes sociais, onde os ex-líderes apontam a falta de transparência e o rompimento dos princípios internos da Machonaria por parte de Anderson. Entre os que deixaram a organização estão Radamés Morais, ex-vice-presidente, e Jhonny Alves, que atuava na diretoria administrativa do chamado hub social da entidade.
O hub social da Machonaria foi criado para administrar 33 projetos sociais, mas, segundo os ex-integrantes, apenas cinco continuam em operação. O restante estaria paralisado devido a atrasos salariais, inadimplência em contas de energia e até ordens de despejo.
“Em nenhum momento cogitamos desvio, mas as contas se acumularam, fizemos rateios pessoais para pagar luz. Até que vimos que Anderson era o único com acesso às contas do hub social”, afirmou Radamés ao portal Metrópoles.
Segundo os pastores, a receita da Machonaria vem de eventos, cursos, venda de bíblias personalizadas, rifas e associações que podem chegar a R$ 1 mil cada. Na prática, porém, os recursos não cobriam nem os custos básicos. Em maio deste ano, o endividamento do braço social atingiu meio milhão de reais.
Diante da crise, a diretoria propôs um plano de ação para regularizar a situação financeira, mas Anderson simplesmente abandonou os grupos internos sem prestar contas, segundo os relatos.
“O prejuízo é moral e à nossa imagem. Não fomos recebidos nem para uma conversa final”, disse Radamés.
Ainda não há manifestação oficial de Anderson Silva sobre as denúncias.