
Durante uma transmissão ao vivo nesta segunda-feira (16), a emissora estatal do Irã, IRIB, teve seu sinal interrompido após um ataque aéreo israelense em Teerã. O bombardeio atingiu a sede da TV e rádio oficiais no quarto dia de intensos combates entre os dois países.
Pouco antes da ação, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, havia declarado que os canais estatais iranianos estavam “prestes a desaparecer”. O Exército israelense também havia emitido alertas para evacuação da região onde fica o complexo de comunicação, no nordeste da capital iraniana — área que também abriga embaixadas e escritórios internacionais.
O momento do ataque foi registrado em vídeo e compartilhado pela imprensa iraniana. Nas imagens, uma apresentadora comenta criticamente as ações de Israel quando, subitamente, a câmera treme, o cenário escurece e fragmentos do estúdio começam a cair, com poeira tomando o ambiente. Em seguida, a comunicadora deixa o local.
Apesar do impacto, a emissora conseguiu retomar a transmissão. Um dos diretores da IRIB, Hassan Abedini, afirmou que “a voz da revolução islâmica não será silenciada por uma operação militar”.
Conflito se intensifica
O confronto direto entre Irã e Israel teve início na última sexta-feira (13), com um ataque inédito das Forças de Defesa de Israel contra alvos iranianos, sob a justificativa de conter o avanço do programa nuclear do país rival.
A escalada marca uma ruptura na estratégia de décadas de guerra indireta entre as nações. Em resposta, o Irã prometeu retaliações “devastadoras”. “Em breve, Israel não será habitável”, declarou o coronel Reza Sayyad, porta-voz das forças armadas iranianas.
Reações internacionais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliado histórico de Israel, disse neste domingo (15) que deseja um acordo entre os países, mas indicou que, por ora, os EUA não participam diretamente do conflito. O chanceler iraniano Abbas Araghchi, porém, acusa forças americanas de estarem apoiando os ataques israelenses com “provas sólidas”.