Tensão no Oriente Médio: Trump pede evacuação de Teerã após ataque de Israel e reforço militar dos EUA

A escalada de tensão entre Israel e Irã atingiu um novo patamar nesta segunda-feira (16/6), com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitindo um pedido urgente para que a população de Teerã, capital do Irã, evacue a cidade imediatamente. A declaração foi feita em sua rede social, a Truth Social, e ocorre em meio a uma ofensiva israelense contra o programa nuclear iraniano.

“O Irã deveria ter assinado o ‘acordo’ que eu disse para assinarem. Que vergonha, e desperdício de vidas humanas. Em poucas palavras: O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu já disse isso várias vezes! Todos deveriam evacuar Teerã imediatamente!”, escreveu o republicano, referindo-se ao acordo nuclear do qual os EUA se retiraram durante sua gestão.

URGENTE!! Donald Trump acaba de pedir a EVACUAÇÃO de Teerã IMEDIATAMENTE em postagem na sua rede social.

“O Irã deveria ter assinado o "acordo" que eu disse para assinarem. Que vergonha, e desperdício de vidas humanas. Em poucas palavras: O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu… pic.twitter.com/WOsH0yRbWw

— Área Militar (@areamilitarof) June 16, 2025

Ofensiva Preventiva de Israel e o Programa Nuclear Iraniano

A situação se agravou na última quinta-feira (12/6), quando as Forças de Defesa de Israel dispararam uma “ofensiva preventiva” contra o programa nuclear do Irã. O governo israelense já vinha elevando o tom contra o regime do aiatolá Ali Khamenei, expressando preocupação com o avanço nuclear iraniano, que tem incomodado a comunidade internacional. Apesar de serem rivais históricos, o ataque israelense intensificou a instabilidade em todo o Oriente Médio.

Apelo Iraniano a Trump e Reforço Militar dos EUA

Horas antes do pedido de evacuação de Trump, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, havia solicitado a intervenção do ex-presidente americano para interromper os ataques de Israel. Segundo Araghchi, uma simples ligação de Washington seria suficiente para influenciar o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O ministro iraniano afirmou que, em caso de cessar-fogo, o país estaria disposto a flexibilizar posições em futuras negociações sobre seu programa nuclear.

“Se o presidente Trump for genuíno em relação à diplomacia e estiver interessado em acabar com essa guerra, os próximos passos são importantes”, declarou Araghchi em uma publicação no X (antigo Twitter). O chanceler iraniano também acusou Netanyahu de ser um “criminoso de guerra” e disse que as ações militares de Israel visam impedir avanços nas tratativas entre Teerã e Washington. Além do apelo a Trump, o governo iraniano busca apoio de países como Catar, Arábia Saudita e Omã para pressionar os Estados Unidos por um cessar-fogo imediato.

Enquanto isso, os Estados Unidos reforçam sua presença militar na região. Nesta segunda-feira, o porta-aviões USS Nimitz, movido a propulsão nuclear, foi deslocado do mar do Sul da China para o Oriente Médio, com a escala prevista no Vietnã sendo cancelada. Com essa movimentação, os EUA passam a ter dois porta-aviões de propulsão nuclear posicionados na região, já que o USS Harry S. Truman está no Oriente Médio desde maio. Além disso, mais de 30 aviões-tanque da Força Aérea americana decolaram de bases nos EUA em direção ao Atlântico, em uma operação que pode estar ligada a exercícios da Otan na Europa.

Apesar do aumento da presença militar, o Departamento de Estado norte-americano negou qualquer envolvimento direto em ataques aéreos de Israel contra o Irã e reiterou que o apoio dos EUA ao governo israelense é de caráter exclusivamente defensivo.