
A dívida pública federal atingiu R$ 7,67 trilhões em maio, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Tesouro Nacional. O valor representa um crescimento de 0,71% em relação ao mês anterior e já ultrapassa a base projetada pelo governo no Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2025.
Embora ainda abaixo do teto estabelecido, que vai até R$ 8,5 trilhões, o estoque da dívida já supera a base da faixa prevista, de R$ 8,1 trilhões, o que acende o alerta sobre o ritmo de crescimento do endividamento público.
A dívida pública é o principal instrumento usado pelo governo federal para cobrir o déficit nas contas públicas, ou seja, a diferença entre as receitas arrecadadas e os gastos realizados. No final de 2024, esse montante estava em R$ 7,3 trilhões, o que mostra uma expansão de mais de R$ 300 bilhões em menos de cinco meses.
O prazo médio para o refinanciamento da dívida também subiu levemente, de 4,17 anos em abril para 4,20 anos em maio. O indicador segue dentro da meta definida no PAF de 2025, que varia entre 3,8 e 4,2 anos, demonstrando que o Tesouro tem conseguido manter certo equilíbrio na rolagem das dívidas.
Apesar da elevação no volume da DPF, a arrecadação federal tem batido recordes. De janeiro a maio, o governo arrecadou R$ 1,2 trilhão, o maior valor para o período desde o início da série histórica. A receita extra ajuda a compensar parte do déficit e a reduzir a necessidade de novas emissões de títulos da dívida.
O avanço contínuo da dívida, ainda que dentro das margens previstas, reforça o desafio do governo em equilibrar as contas públicas sem comprometer o investimento social e o crescimento econômico. Com a arrecadação em alta, cresce também a pressão para que o Executivo reforce o controle dos gastos e dê sinais claros de responsabilidade fiscal ao mercado.