
O vice-presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Guilherme Antonio Maluf, defendeu nesta segunda-feira (30), em Cuiabá, a ampliação dos investimentos em saúde digital como estratégia para qualificar o atendimento e dar mais eficiência à gestão pública. A declaração foi feita na abertura do 1º Fórum de Saúde Digital do Estado, promovido pela Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social (COPSPAS) do TCE.
O encontro reuniu autoridades, especialistas e gestores de várias regiões do Brasil para debater soluções digitais no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo a adoção de novas tecnologias, como inteligência artificial, telessaúde e informatização em larga escala.
“Estamos diante de uma revolução necessária. A saúde digital é uma ferramenta poderosa para reduzir filas, melhorar a qualidade do atendimento e garantir governança. O Tribunal de Contas tem o papel de acompanhar, fiscalizar e estimular boas práticas”, destacou Maluf.
Economia e mudança de paradigma
Segundo o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, mais de 130 municípios de Mato Grosso já aderiram ao sistema digital, resultando em economia de R$ 240 milhões. “O uso da tecnologia significa menos deslocamento, mais acesso e mais dignidade ao cidadão. A atuação do TCE nesse debate reforça a responsabilidade de todos os gestores com a modernização”, frisou.
Durante o evento, o promotor de Justiça Milton Mattos anunciou um avanço na regulação de leitos hospitalares. Em parceria com o TCE, o Ministério Público e o Estado decidiram substituir o sistema SISREG pelo IndicaSUS, que possibilita a visualização de leitos em tempo real, garantindo maior transparência e eficiência no uso dos recursos públicos.
Capacitação e inovação com responsabilidade
Para o juiz Agamenon Alcântara, titular da Vara Especializada em Saúde Pública de Várzea Grande, o sucesso da transição digital depende da qualificação técnica. “A tecnologia é meio, não fim. O essencial é garantir que os profissionais saibam como utilizá-la corretamente”, alertou.
Já o presidente da Atricon (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil), Edilson Silva, destacou o papel do controle externo: “A atuação dos tribunais melhora a política pública. O TCE-MT está de parabéns por liderar esse processo, que aproxima a saúde da população”.
O conselheiro Sebastião Helvécio, do Instituto Rui Barbosa (IRB), reforçou que a inteligência artificial será aliada na medicina baseada em evidências. “Vamos apresentar novidades sobre como IA pode auxiliar médicos e gestores na tomada de decisão com mais precisão e agilidade”.
Integração institucional
O evento também contou com a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica entre o TCE-MT, TCU, IRB e Atricon para fiscalizar políticas públicas digitais de saúde em conjunto. Para o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Alisson Alencar, a digitalização é a única saída possível para estados com grande extensão territorial como Mato Grosso. “Ela reduz barreiras geográficas e garante acesso a quem está longe dos grandes centros”.
Mais de 340 pessoas participaram presencialmente no auditório da Escola Superior de Contas, e quase 500 acompanharam via YouTube. A programação segue até terça-feira (1º), com painéis sobre telessaúde, saúde mental, telediagnóstico e estruturação de uma política estadual de saúde digital.