
Alison Calfunao, jovem argentina, foi internada em junho deste ano em uma clínica particular na região da Patagônia, Argentina, para realizar uma laqueadura — procedimento cirúrgico destinado à esterilização feminina. No entanto, ao acordar da anestesia, a paciente se deparou com uma realidade devastadora: havia perdido uma perna e recebido um transplante de coração.
A laqueadura é uma cirurgia que visa apenas bloquear ou cortar as trompas para evitar a gravidez. A princípio, não há qualquer relação entre o procedimento e as regiões afetadas do corpo de Alison, o que causou estranheza à família e mobilizou as redes sociais.
A mãe da paciente, Carina Calfunao, publicou um desabafo online denunciando o silêncio do hospital. “Nenhuma ligação. Nenhum pedido de desculpas. Nenhuma explicação. Nenhuma solidariedade. Nenhuma responsabilidade. Nada. O silêncio dói tanto quanto a ferida”, escreveu.
Segundo o jornal Clarín, uma complicação durante a cirurgia teria provocado duas paradas cardíacas, resultando em uma insuficiência cardíaca grave. O transplante de coração foi então considerado urgente e necessário para salvar a vida de Alison.
Durante o processo de transferência para uma unidade hospitalar de maior porte, ela ainda teria desenvolvido um coágulo e uma infecção no pé. Devido à gravidade do quadro, os médicos optaram pela amputação da perna acima do joelho.
O transplante foi realizado no Hospital Italiano de Buenos Aires oito dias após a primeira internação. Alison permanece hospitalizada, em recuperação física e psicológica.
Carina, a mãe, lamenta a mudança drástica na vida da filha: “Naquele dia, minha filha morreu. Ela morreu naquela sala de cirurgia. Seu coração foi despedaçado, sua perna foi amputada, seu corpo e sua vida mudaram para sempre.”
As autoridades argentinas abriram investigação para apurar as responsabilidades no caso e esclarecer os procedimentos adotados pela equipe médica.