
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística confirmou nesta sexta-feira (4) a transferência dos últimos vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Várzea Grande, em Mato Grosso, para a sede da empresa CAF, em Hortolândia, interior de São Paulo. De lá, os veículos serão enviados a Salvador, na Bahia, onde devem compor o sistema de transporte urbano da capital baiana.
A movimentação faz parte de um acordo firmado entre os governos de Mato Grosso e da Bahia, com o Consórcio VLT, e mediação do Tribunal de Contas da União (TCU). O entendimento estabeleceu a venda dos 40 vagões por R$ 793,7 milhões, com pagamento dividido em quatro parcelas anuais corrigidas pela inflação. A primeira parcela foi quitada em dezembro de 2024.
Iniciadas em 2013, as obras do VLT tinham como objetivo modernizar o transporte na Região Metropolitana de Cuiabá e atender turistas durante a Copa do Mundo de 2014. Porém, os trabalhos foram interrompidos no mesmo ano, com menos de 20% dos trilhos instalados e um cenário de obras inacabadas e prejuízos milionários.
Investigações da Polícia Civil e denúncias feitas em delações premiadas revelaram que a escolha do modal e a contratação do consórcio foram permeadas por corrupção e pagamento de propinas. Diante dos escândalos, o governo estadual decidiu rescindir o contrato com as empresas responsáveis.
Após anos de impasses judiciais, o acordo mediado pelo TCU encerrou o imbróglio e possibilitou a indenização ao erário estadual. Agora, com os vagões em processo de remoção, Mato Grosso dá fim a um dos capítulos mais polêmicos de sua história recente em infraestrutura pública.