
Durante coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (5), o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que a Prefeitura irá cobrar a regularização do aeroporto Bom Futuro, localizado em área pública municipal, e que os recursos arrecadados com essa medida serão destinados a programas de regularização fundiária voltados a famílias em situação de vulnerabilidade social.
A construção do aeroporto, pertencente ao Grupo Bom Futuro, ocorreu sobre uma via pública no perímetro urbano de Cuiabá, o que gerou questionamentos jurídicos e administrativos. “Se eu for cobrar o afastamento ou a remoção de pessoas pobres, eu também tenho que cobrar o afastamento e a remoção de pessoas ricas”, declarou o prefeito, defendendo equidade no tratamento entre grandes empreendimentos e ocupações populares.
Abilio destacou que não se trata de uma ação de perseguição contra o grupo empresarial, mas sim de assegurar que o município atue com justiça para todos. “A única coisa que eu estava mostrando naquele processo é equidade, o desejo do município de atender igualmente”, pontuou.
Segundo o prefeito, em caso de acordo com o Grupo Bom Futuro, os valores que forem pagos à Prefeitura serão destinados integralmente à regularização de áreas ocupadas por famílias carentes. “Cada centavo que eles pagarem, a gente vai usar para regularizar as pessoas em vulnerabilidade”, garantiu.
Apesar da irregularidade, Abilio descartou a possibilidade de desativar ou remover o aeroporto. Ele reconheceu a importância do empreendimento para o desenvolvimento regional. “Aquele aeroporto é importante, vai atrair investimentos ao Estado. Muitas pessoas que vão trazer recursos para o nosso Estado vão usar aquele aeroporto. Provavelmente até os Guns N’ Roses, se vierem, devem pousar lá”, ironizou.
Outro lado
Em nota, o Grupo Bom Futuro negou qualquer irregularidade e afirmou que não houve usurpação de área pública. A empresa garantiu atuar de forma transparente, legal e responsável, com observância à legislação e aos princípios da boa-fé. Informou ainda que os processos de regularização fundiária passaram pelo devido processo legal e que a Prefeitura, na época, teria declarado não haver interesse sobre as áreas, por entender que se tratava de propriedade particular.