
Desembargadores
A Polícia Federal (PF) finalizou investigação que aponta a prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho. Segundo o relatório obtido pelo Estadão, os magistrados teriam recebido pagamentos ilícitos por meio de transferências bancárias, depósitos, relógios de luxo e até uma barra de ouro, feitos pelo advogado Roberto Zampieri e outros intermediários.
De acordo com o documento da PF, “com base no conjunto probatório reunido até o momento, as hipóteses criminais inicialmente formuladas se encontram, em grande parte, confirmadas por um corpo consistente de indícios, especialmente quanto ao possível envolvimento dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho nos crimes de corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal) e lavagem de dinheiro (artigo 1º da Lei 9.613/98).”
Além disso, a investigação identificou que os sócios da empresa Fource, Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak, teriam sido responsáveis pela compra de algumas decisões judiciais citadas no inquérito. A Fource atua como consultoria especializada em auxiliar empresas em recuperação judicial ou envolvidas em disputas de terras. Conforme a PF, a empresa teria se beneficiado da compra dessas decisões em processos relacionados à posse de terras.
Os advogados de João Ferreira Filho negaram a existência de provas que configurassem crime e afirmaram que a defesa seguirá atuando para esclarecer os fatos. Já a defesa de Sebastião de Moraes Filho preferiu não se manifestar.
Inf. Estadão
