
Neste 19 de julho, Dia Nacional do Futebol, meu coração aperta de saudade e gratidão. Para muitos, é apenas uma data que celebra o esporte mais amado do Brasil. Para mim, é um tributo silencioso a meu pai, Renato, botafoguense apaixonado, que nos deixou durante a pandemia. Os jogos do Botafogo eram mais do que partidas para ele — eram verdadeiros eventos, cerimônias sagradas em que tudo parava, e a alma vibrava a cada gol, a cada jogada, a cada vitória (e também nas derrotas, pois seu amor era incondicional).
Hoje, ao ver o Botafogo brilhar novamente e Igor Jesus, um cuiabano como eu, se destacar com a estrela solitária no peito, cai uma lágrima. Penso em como meu pai estaria agora — provavelmente pulando na sala, com os olhos marejados de orgulho, a voz embargada e aquele sorriso que só o futebol despertava nele. Essa alegria simples, profunda e genuína, é algo que herdei dele. E que me acompanha em cada lembrança.
Igor Jesus, de Cuiabá para o mundo, personifica essa emoção. Revelado no Coritiba, lapidado nos Emirados Árabes e hoje estrela no Botafogo, ele marcou contra o Paris Saint-Germain com a mesma ousadia que sempre admirei no futebol. Foi convocado para a Seleção Brasileira e logo embarcará para o Nottingham Forest, levando com ele o talento que brota do cerrado mato-grossense e o sonho de tantos garotos que, como eu, cresceram ouvindo histórias de Garrincha, Nilton Santos, Túlio e companhia — na voz do meu pai.
Também não posso deixar de lembrar outros conterrâneos que estão escrevendo belas páginas no futebol:
- Danilo Boza, de Rondonópolis, hoje no Japão;
- Michael, de Poxoréu, que brilhou no Flamengo e na Arábia Saudita;
- Cuiabano, lateral nascido na capital, campeão da Libertadores e do Brasileirão;
- E Fábio, o paredão de Nobres, prestes a se tornar o jogador com mais partidas na história do futebol mundial.
Todos eles são orgulho de Mato Grosso — e hoje, para mim, são também um elo com meu pai. Cada um carrega em si o poder de emocionar, de unir gerações, de nos fazer lembrar de quem fomos ao lado de quem amamos.
Por isso, neste Dia Nacional do Futebol, celebro mais do que o esporte. Celebro meu pai. Celebro cada jogo que assistimos juntos. Cada grito de gol, cada superstição, cada abraço no fim da partida.
Pai, o Botafogo está voando. Igor está brilhando. E eu estou aqui, sentindo sua presença em cada lance.
Obrigado por ter me ensinado que o futebol é amor, é herança e é eternidade.
