
O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) voltou a se declarar como um dos nomes da “direita de raiz” em Mato Grosso, afirmando que não apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sim o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A fala foi direcionada a críticas aos prefeitos Abílio Brunini (Cuiabá) e Flávia Moreti (Várzea Grande), que ele classificou como “novatos na política” que “vivem de fofoca”.
“Quem é da direita de raiz somos nós. Fomos da Arena no tempo do regime militar, passamos pelo PDS, PFL, Democratas e agora União Brasil”, declarou Campos, em tom de defesa de seu histórico político.
No entanto, uma gravação divulgada nas redes sociais trouxe embaraço ao parlamentar. No vídeo, Júlio aparece ao lado de lideranças de esquerda em um almoço, comemorando a vitória de Lula nas eleições presidenciais. As imagens viralizaram e geraram críticas à suposta incoerência entre discurso e prática política.
A exposição do vídeo reacendeu o debate sobre posicionamento ideológico e oportunismo eleitoral, principalmente às vésperas do ano eleitoral municipal, onde tanto o grupo de Abílio quanto o de Flávia são potenciais adversários na Grande Cuiabá.
Embora Júlio tenha afirmado não ter mudado seu alinhamento político, a cena reforçou questionamentos sobre a coerência de figuras tradicionais com base em alianças circunstanciais, o que pode impactar sua imagem entre os eleitores conservadores.
A repercussão do caso deve movimentar os bastidores nas próximas semanas, especialmente em um ambiente político cada vez mais polarizado, onde a defesa da identidade ideológica é usada como capital eleitoral.