
O Globo
Duas idosas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro, Iraci Nagoshi (72) e Vildete Guardia (74), tiveram a prisão domiciliar revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após reiteradas violações do monitoramento por tornozeleira eletrônica. A decisão, divulgada pelo jornal O Globo, reforça que a idade avançada não exime o cumprimento rigoroso da lei.
Ambas haviam sido condenadas a penas superiores a dez anos de prisão, além de multa de R$ 30 milhões por danos morais coletivos. Em razão da idade e de condições de saúde, haviam sido autorizadas a cumprir a pena em casa, com tornozeleira. No entanto, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP), houve abusos sistemáticos.
Iraci Nagoshi, por exemplo, somou 982 violações apenas em 2025 — entre elas, falhas de GPS, desligamento da tornozeleira e saídas não autorizadas. Alegando compromissos de saúde como fisioterapia e hidroginástica, sua defesa tentou justificar os deslocamentos. Moraes foi enfático: qualquer saída deveria ter sido previamente autorizada pelo STF.
“A conduta revela completo desprezo pelas decisões da Suprema Corte”, escreveu o ministro.
Já Vildete Guardia, que havia obtido prisão domiciliar em abril por risco de saúde, teve ao menos 20 descumprimentos, incluindo desligamento do equipamento e violação da área de monitoramento. Segundo o STF, nenhuma das ocorrências foi devidamente justificada.
As duas senhoras, que deveriam estar sob medidas cautelares como proibição de entrevistas, visitas e uso de redes sociais, voltaram ao regime fechado neste mês: Vildete no dia 7 de julho e Iraci no último dia 16.
