A praça principal de Chapada dos Guimarães foi tomada por energia e emoção na noite de domingo (27), durante mais uma edição do tradicional Festival de Inverno. Em sua 38ª edição, o evento contou com a participação da banda Strauss, que mais uma vez reafirmou seu papel como referência musical no estado ao apresentar seu inconfundível “rock com rasqueado”, uma fusão vibrante entre o peso do rock e o ritmo regional mato-grossense.
Veterana do festival, a Strauss participa da programação desde 1992. Para o grupo, subir ao palco principal vai muito além de uma simples apresentação: é um reencontro com sua própria história e com o público que acompanha essa trajetória. Com mais de três décadas dedicadas à música autoral, a banda se orgulha de manter vivas as próprias composições e o compromisso com a identidade sonora regional.
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O guitarrista Ricardo Sardinha, um dos fundadores do grupo, destacou que o festival sempre foi uma vitrine essencial para mostrar suas músicas. Ele relembrou que, mesmo em meio à programação eclética, a Strauss sempre fez questão de apresentar repertório próprio, consolidando uma proposta musical única em Mato Grosso.
O que hoje é reconhecido como uma das marcas mais autênticas da cena local — a mistura de rock com rasqueado —, no passado foi recebido com desconfiança. A ideia, inspirada por movimentos semelhantes em outras regiões do país, como o maracatu com rock de Chico Science ou o forró pesado do Raimundos, surgiu da vontade de dar protagonismo ao ritmo tradicional da região, criando uma linguagem musical própria.
Para o vocalista Thiago Rocha, voltar ao Festival de Inverno é sempre motivo de celebração. Ele destacou a receptividade calorosa do público e a importância do evento como espaço democrático, onde diferentes tribos se encontram para curtir música feita com identidade e paixão.
O guitarrista Noni, que tem 25 anos de estrada ao lado da banda, reforçou que a tônica dos shows da Strauss é a leveza e a diversão. Segundo ele, a resposta do público, que compreende e abraça a proposta musical do grupo, é o que motiva a banda a seguir inovando sem abrir mão das raízes.
O baixista Marcos Sereia falou sobre a conexão construída ao longo dos anos com os fãs. Para ele, além dos palcos principais, é nas festas e celebrações paralelas que acontecem durante o festival que se fortalece o vínculo com o público — e esse carinho mútuo se renova a cada edição.
Já o baterista e professor Tubarão não escondeu a emoção de fazer parte da banda e de poder, inclusive, levar essa musicalidade única para seus alunos. Segundo ele, mostrar o rasqueado com pegada roqueira nas aulas é uma forma de manter viva a tradição e, ao mesmo tempo, aproximá-la das novas gerações.
A apresentação da Strauss neste domingo foi mais do que um show: foi um manifesto sonoro pela valorização da cultura local, embalado por guitarras distorcidas e batidas que dialogam diretamente com a alma de Mato Grosso.


Inf. ALÔ CHAPADA
