
Em audiência realizada nesta quarta-feira (6) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Credn) da Câmara dos Deputados, o ex-funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Mike Benz, afirmou que a CIA (Agência Central de Inteligência) teria interferido nas eleições presidenciais do Brasil em 2022. Segundo Benz, a agência utilizou uma organização não governamental como fachada para influenciar o pleito.
De acordo com o ex-funcionário da diplomacia norte-americana, o Fundo Nacional para a Democracia (NED), supostamente vinculado ao Partido Democrata, teria sido instrumentalizado pela CIA para interferir na eleição vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), derrotando o então presidente Jair Bolsonaro (PL), que buscava a reeleição. A operação, segundo Benz, teria ocorrido durante o governo Joe Biden.
Apesar de não apresentar provas concretas, Benz declarou que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) aumentou significativamente os repasses ao Brasil entre 2019 e 2023, período que inclui o mandato de Bolsonaro. Segundo ele, os recursos teriam sido utilizados para promover ações contrárias ao ex-presidente e “censurar políticos de direita”.
Antes de ter sua atuação no país encerrada pelo atual governo dos EUA, a Usaid era considerada uma das maiores doadoras de ajuda humanitária no mundo. Benz defendeu que o financiamento teria sido desviado de sua finalidade original para fins de interferência política.
As declarações surgem em um momento sensível para a política externa e doméstica do Brasil, marcado pelo agravamento das tensões entre apoiadores de Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), e pela tentativa do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de se envolver no debate interno brasileiro, inclusive com medidas de retaliação econômica e apoio explícito a aliados do ex-presidente brasileiro.
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