
A decisão do senador Romário (PL-RJ) de não apoiar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem gerado desgaste político e forte cobrança pública. Ao lado da senadora Eudócia Caldas (PL-AL), ele integra o grupo dos únicos dois senadores da sigla que ainda não assinaram o pedido formal de impedimento do magistrado, classificado como autoritário por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nas últimas 48 horas, Romário se tornou alvo de críticas incisivas em suas redes sociais. No X (antigo Twitter), comentários como “Você traiu o povo” e “Não se esconda” se multiplicaram. Entre as figuras que pressionam publicamente o senador está o vereador Jair Renan Bolsonaro, que ironizou: “O impeachment do Moraes é sua chance de brilhar de novo, Romário.”
A cobrança, no entanto, não se limita ao ambiente digital. Deputados e lideranças políticas de diferentes estados também vêm exigindo um posicionamento claro. Em Mato Grosso, o deputado estadual Faissal Calil (PL) foi direto: “Qual o Romário mais importante o de 1994 da copa do mundo ou o de agora de 2025?
Segundo fontes da cúpula do PL, Romário já teria avisado ao presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, que não pretende assinar o pedido. A justificativa do senador seria estratégica: ele considera que o processo tem poucas chances de avançar no Senado e teme atritos com o STF que possam comprometer seu mandato e projetos em andamento.
Nos bastidores, no entanto, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro veem a postura como “covarde”, e alertam que Romário corre o risco de boicotes eleitorais e isolamento dentro do partido. “Não dá para continuar em cima do muro”, afirmou um dirigente do PL sob reserva.
Enquanto a pressão cresce, o senador segue em silêncio e evita comentar o assunto nas redes sociais ou em aparições públicas. A expectativa é de que ele seja forçado a se posicionar oficialmente nos próximos dias.
