
Detida na Itália desde o fim de julho, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) divulgou nesta quarta-feira (6) uma carta manuscrita em que afirma estar enfrentando a prisão com “força e coragem” e afirma que “nenhum ditador nos colocará de joelhos”. A mensagem, dirigida aos “brasileiros de todo o mundo”, exalta a liberdade como o maior presente da vida.
O texto foi publicado nas redes sociais do filho da parlamentar, João Zambelli, da mãe, Rita Zambelli, e também pelo advogado Fábio Pagnozzi, mas foi retirado das plataformas cerca de uma hora depois. A carta traz ainda uma citação bíblica: “Tudo posso naquele que me fortalece”.
Carla Zambelli está presa no presídio feminino de Rebibbia, em Roma, onde divide espaço com outras 368 detentas. Ela foi capturada em 29 de julho, em um apartamento no bairro Aurélio, após quase dois meses foragida da Justiça brasileira.
A Corte de Apelação de Roma decidiu no dia 1º de agosto manter a prisão da deputada enquanto corre o processo de extradição, solicitado pelo governo brasileiro. Segundo especialistas, o trâmite pode levar de um a dois anos.
A ordem de prisão foi expedida em junho pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão também proíbe Zambelli de publicar mensagens — direta ou indiretamente — sob pena de multa diária de R$ 50 mil e determina a cassação de seu mandato e cumprimento de pena de 10 anos em regime fechado. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), já foi formalmente notificado.
Apesar da censura prevista na decisão judicial, a carta ganhou ampla circulação nas redes e reforça o tom combativo que a parlamentar tem adotado desde o início da investigação. Em sua mensagem, Zambelli afirma que mantém “a fé e a cabeça erguida” e se declara inocente.