
O conselheiro político do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Jason Miller, afirmou neste domingo que não vai desistir até que Jair Bolsonaro seja libertado. Em publicação nas redes sociais, ele escreveu: “Para deixar claro: não vou parar, não vou desistir, nunca vou ceder, até que o presidente Jair Bolsonaro seja livre!!!”.
A declaração foi uma resposta a um internauta que sugeriu que o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes seria mais importante do que a libertação do ex-presidente brasileiro. Miller já havia feito outra postagem em tom de ameaça, dizendo: “Libertem Bolsonaro… ou então”, após repercussão de possíveis implicações da Lei Magnitsky contra ministros do STF.
Prisão domiciliar e restrições
Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação de Alexandre de Moraes, que apontou descumprimento reiterado de medidas cautelares. Entre as restrições impostas estão a proibição de receber visitas — com exceção de advogados e pessoas autorizadas pelo STF —, de utilizar redes sociais, de manter contato com embaixadas e de usar celular, direta ou indiretamente.
Reação do governo brasileiro
A manifestação de Miller gerou reação imediata do Ministério das Relações Exteriores, que classificou as declarações como um ataque à soberania nacional e afirmou que o Brasil não se curvará a pressões externas.
Ligações políticas
Jason Miller mantém relação próxima com a família Bolsonaro, especialmente com Eduardo Bolsonaro, que tem atuado nos Estados Unidos para articular sanções contra ministros do STF. No fim de julho, Alexandre de Moraes foi alvo de sanções pelo governo norte-americano com base na Lei Magnitsky, que prevê bloqueio de bens, contas e restrição de vistos para acusados de violações de direitos humanos ou corrupção.
A fala do conselheiro de Trump reforça a tensão diplomática e política entre Brasil e Estados Unidos, além de acirrar o debate interno sobre a prisão de Bolsonaro e a atuação do STF.