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Moraes afirma que “juiz que não resiste à pressão deve mudar de profissão”

Redação 23 de agosto de 2025

Durante sua participação no 24º Fórum Empresarial do Lide, no Rio de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes fez um contundente apelo à resistência judicial diante das pressões internas e externas. Com a frase incisiva — “o juiz que não resiste à pressão, que mude de profissão” —, Moraes reforçou a independência do Judiciário brasileiro como pilar fundamental da democracia.

Independência judicial como base do respeito

Moraes afirmou que a credibilidade do Judiciário advém de sua autonomia. Segundo ele, “o respeito se dá pela independência. O Judiciário vassalo, covarde, que quer fazer acordos para que o país momentaneamente deixe de estar preocupado, não é independente”. O ministro acrescentou que a Justiça brasileira é, sim, corajosa e livre.

Pressões externas e internas

O ministro destacou que os ataques ao Judiciário podem vir tanto de fora quanto de dentro. E advertiu: “Os ataques podem continuar a ser realizados de dentro ou de fora, pouco importa. O juiz que não resiste à pressão que mude de profissão e vá fazer outra coisa na vida”.

Crítica velada à autocontenção

A fala de Moraes ocorreu pouco depois de outra intervenção do colega ministro André Mendonça, que havia defendido que “um bom juiz deve ser reconhecido pelo respeito, e não pelo medo”, além de destacar a necessidade de autocontenção do Judiciário.

Moraes rebateu essa proposta, considerando que a autocontenção pode ser sinal de covardia. Para ele, a normalidade institucional não significa complacência, mas sim a capacidade de reagir às turbulências com base nos valores constitucionais.

Democracia madura, apesar da polarização

O ministro também observou que, apesar da polarização política tóxica, o Brasil manteve até agora sua estabilidade democrática. Ele ressaltou que a “normalidade democrática não significa tranquilidade, mas sim saber reagir a turbulências”. Moraes elogiou os pilares da democracia — imprensa livre, eleições periódicas e independência judicial —, afirmando que o país preserva essas bases em 2025.