
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apareceu de farda militar ao visitar tropas na quinta-feira (28), mesmo dia em que navios de guerra dos Estados Unidos começaram a chegar ao sul do Caribe, perto da costa venezuelana. A movimentação marca o ápice das tensões entre Caracas e Washington, que se intensificaram ao longo de agosto.
Maduro afirmou que o país está “preparado” para resistir a pressões externas e acusou os EUA de promover uma ofensiva psicológica contra a Venezuela. “Hoje posso dizer, depois de 20 dias seguidos de anúncios, ameaças, guerra psicológica, 20 dias de cerco contra a nação venezuelana, que hoje estamos mais fortes que ontem, mais preparados para defender a paz, a soberania e a integridade territorial do que ontem — muito mais”, declarou.
O governo venezuelano também informou que recebeu apoio da Colômbia para reforçar a segurança na fronteira. Enquanto isso, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os EUA usarão “toda a força” contra o regime de Maduro, sem descartar a possibilidade de ataque militar.
Segundo a imprensa americana, Washington enviou oito embarcações — sete navios e um submarino nuclear — com reforços previstos para os próximos dias. Especialistas levantam suspeitas de que o poderio bélico mobilizado possa indicar uma ofensiva, desafiando a justificativa oficial de combate a cartéis de drogas. Um analista consultado pelo g1 destacou que mísseis Tomahawk de longo alcance e alta precisão, carregados nas embarcações, não teriam como alvo grupos criminosos.