
@reserva.oruam/Instagram/Reprodução
O rapper Oruam, preso preventivamente desde 22 de julho, se manifestou sobre o caso de um motoboy atingido por um disparo de arma de fogo feito por um policial civil no Rio de Janeiro. O incidente ocorreu após o agente ordenar que o entregador subisse ao seu apartamento para realizar a entrega de uma encomenda.
Em nota enviada à imprensa, a equipe de Oruam afirmou que o cantor ficou profundamente abalado com o ocorrido e destacou que a mesma lei que deveria proteger a todos trata alguns como cidadãos e outros como inimigos. Oruam declarou: “Cada dia que passo aqui dentro me prova que a lei tem cor, e não é coincidência que ela sempre pesa mais contra nós, pretos e periféricos”.
O rapper também questionou a disparidade no tratamento jurídico entre casos semelhantes. Enquanto ele permanece preso sem provas concretas, o policial civil que disparou contra o entregador foi indiciado apenas por lesão corporal e responde em liberdade. A assessoria de Oruam ressaltou que a acusação contra ele se baseia em evidências contestadas e que a prisão preventiva viola os requisitos legais, considerando-o réu primário com endereço fixo e carreira consolidada.
Oruam concluiu sua manifestação destacando que sua prisão reflete um retrato do racismo estrutural e da seletividade penal, em que jovens negros e periféricos são alvos preferenciais de um sistema que criminaliza suas trajetórias e limita suas conquistas. Ele enfatizou a urgência de uma Justiça baseada em provas reais, imparcialidade e respeito à Constituição, em vez de estigmas sociais ou preconceitos.