
Durante os quatro meses afastado da Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador Chico 2000 (PL) revelou que trabalhou como garçom para se manter ativo, mesmo continuando a receber o salário mensal de R$ 26 mil. O retorno do parlamentar ao cargo foi autorizado pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), em julgamento realizado na segunda-feira (1º), por dois votos a um.
Em discurso nesta quinta-feira (4), Chico 2000 afirmou que não poderia permanecer parado em casa e que o trabalho na Peixaria Água na Boca, no bairro São Gonçalo Beira Rio, ajudou a afastar sentimentos de tristeza e a evitar um possível processo depressivo.
O afastamento do vereador ocorreu em abril, por decisão da juíza Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais, após a Operação Perfídia apontar suposto recebimento de propina por vereadores para aprovar projeto de interesse da construtora HB20 Construções Eireli, responsável pelas obras do Contorno Leste. Na ocasião, Sargento Joelson (PSB) também foi afastado, mas já havia retornado às atividades na sexta-feira anterior ao julgamento que liberou Chico 2000.
A investigação conduzida pela Polícia Civil indica que os parlamentares teriam solicitado vantagens indevidas a um funcionário da construtora em troca de articulação política na Câmara, garantindo a aprovação do projeto que liberaria R$ 4,8 milhões da Prefeitura à empresa. Segundo o inquérito, R$ 250 mil do valor foram repassados ao vereador Sargento Joelson, sendo R$ 150 mil via Pix e R$ 100 mil em espécie. Chico 2000, então presidente da Mesa Diretora, teria usado sua influência para viabilizar a votação do projeto.
Com a volta de Chico 2000, o suplente Fellipe Correa (PL) deixa automaticamente o cargo, retomando o vereador o exercício das funções legislativas.