
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Bandeirante, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa ligada à cúpula do Comando Vermelho (CV). A ação, realizada em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público, resultou na prisão de 15 pessoas, entre elas o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias, encontrado em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Segundo as investigações, o grupo ligado a TH Jóias movimentou cerca de R$ 140 milhões nos últimos cinco anos, em operações que envolviam troca de reais por dólares no mercado paralelo, uso de “laranjas” e empresas de fachada, além de transferências financeiras incompatíveis com a renda declarada dos envolvidos.
O ex-parlamentar teria atuado como braço político do Comando Vermelho, intermediando repasses milionários a traficantes como Luciano Martiniano da Silva, conhecido como Pezão, e Gabriel Dias Oliveira, o Índio. Entre abril e maio de 2024, TH teria convertido R$ 9 milhões em dólares para Pezão, repassando parte do valor a Índio e lucrando com taxas de câmbio superiores às praticadas no mercado informal, segundo a PF.
Durante a investigação, a polícia também encontrou fotos de TH posando com grandes volumes de dinheiro, algumas nas residências de traficantes ou na própria casa do ex-deputado. Em uma delas, ele aparece deitado sobre cédulas que poderiam somar R$ 5 milhões.
A defesa de TH Jóias classificou as acusações como “absurdas”, alegando perseguição política e afirmando que as imagens de ostentação estariam relacionadas a clientes de sua joalheria. Até o momento, os traficantes Pezão e Índio não se manifestaram sobre as prisões.