
O 7 de Setembro é mais que uma data cívica. É o marco da autonomia de um povo que decidiu escrever sua própria história. E não há independência verdadeira sem liberdade — inclusive a de se expressar, opinar, divergir.
Vivemos em um tempo em que a comunicação deixou de ser privilégio de poucos. Os jornais impressos, que moldaram gerações, convivem hoje com influenciadores, comunicadores digitais e vozes que brotam de todos os cantos do país. Essa pluralidade é a grande riqueza da democracia. Mas, ao mesmo tempo, exige responsabilidade.
Defendo que a liberdade de expressão deve ser ampla e inegociável. Não cabe ao Estado, nem a plataformas digitais, decidir o que é aceitável ou não pensar, dizer ou publicar. O cidadão deve ter o direito de expor suas opiniões, mesmo quando incomodam. O incômodo, afinal, faz parte do debate democrático.
Isso não significa, porém, licença para o caos. A liberdade só se sustenta quando acompanhada da responsabilidade individual: checar informações, respeitar a honra das pessoas, usar a palavra como instrumento de construção, não de destruição. A censura não fortalece a sociedade; o que a fortalece é a maturidade de um povo que sabe usar sua voz com firmeza e respeito.
O futuro da comunicação, seja em jornais tradicionais ou nas redes sociais, dependerá da capacidade de manter esse equilíbrio. O jornalista, o colunista, o youtuber, o cidadão comum — todos têm diante de si a mesma escolha: exercer a liberdade como conquista civilizatória ou transformá-la em arma de discórdia.
Neste Dia da Independência, a reflexão é clara: defender a pátria não é apenas amar a bandeira ou cantar o hino. É garantir que cada brasileiro possa falar sem medo, mas também com a consciência de que sua fala tem peso e consequência.
A verdadeira soberania de uma nação começa quando seu povo se expressa livremente, com responsabilidade e coragem. Esse é o Brasil independente que devemos cultivar.
Ana Barros Barros é jornalista em Cuiabá