
Viajar por cidades como Seattle, Portland, São Francisco e Los Angeles é mergulhar em culturas urbanas vibrantes, cheias de sabores, sotaques e vinhos. Os cardápios são generosos, as wine shops têm seções inteiras dedicadas à América Latina, e o consumo consciente de vinho está mais em alta do que nunca. Mas um detalhe chama atenção para quem conhece o cenário sul-americano: os vinhos brasileiros praticamente não existem por aqui.
Nas prateleiras e nas cartas de vinho, quem reina são os nossos vizinhos de Andes: Chile e Argentina. Em qualquer wine bar descolado de São Francisco ou restaurante de carnes em LA, é fácil encontrar um Malbec argentino potente ou um Carmenère chileno com aquele toque herbal inconfundível. Eles já fazem parte da paisagem como se fossem locais.

Esses países souberam contar sua história: destacaram seus terroirs (como Mendoza ou o Vale do Maipo), apostaram em identidade, investiram em exportação, e hoje colhem os frutos. Seus rótulos são conhecidos, têm bom custo-benefício e estão presentes até mesmo em supermercados e feiras de bairro.
E o Brasil? Ainda parece estar no banco de reservas, esperando ser chamado.
Mesmo com a qualidade crescente especialmente nos espumantes da Serra Gaúcha Salton que está fazendo 115 anos de história e nos tintos da Campanha Gaúcha cito Aurora e Miolo o vinho brasileiro mal aparece. Em Seattle e Portland, praticamente não se encontra, em São Francisco e Los Angeles, talvez um ou outro espumante escondido em alguma importadora especializada. E só. Mesmo em restaurantes brasileiros, muitas vezes os vinhos são chilenos bem como é aqui também.

Por que isso acontece?
Além de desafios logísticos e altos custos de exportação, falta ao Brasil um trabalho de imagem mais estruturado no exterior. O país ainda não conseguiu contar uma história atraente sobre seus vinhos, como os vizinhos fizeram. Ainda pesa também o desconhecimento do consumidor americano, que mal sabe que o Brasil produz vinho… e bom tá.
Mas o cenário pode mudar. Com a onda de busca por rótulos autênticos, de pequenos produtores, e o interesse crescente por experiências novas, há espaço sim para o vinho brasileiro brilhar lá fora. Só precisa chegar. Aparecer. Ser provado.
Enquanto isso, seguimos viajando de taça em taça pensando que quem sabe em um futuro próximo, um espumante brasileiro bem gelado vai ser a escolha natural de um californiano para um pôr do sol em Venice Beach, ou de um casal em Portland durante o brunch de domingo.
A América do Sul já está nos copos daqui. Só falta o Brasil entrar nessa história.
Até a próxima
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