
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta quarta-feira (10), a segunda fase da Operação Poço Sem Fundo, que investiga um esquema de corrupção na Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat). Ao todo, foram cumpridos 13 mandados judiciais, incluindo bloqueio de R$ 22 milhões em contas bancárias.
A investigação é conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e teve início após denúncia feita pelo Governo do Estado. Auditorias da Controladoria-Geral do Estado (CGE) apontaram que servidores e empresários desviaram recursos destinados à construção de poços artesianos para abastecimento de comunidades rurais. Entre 2021 e 2023, o prejuízo estimado é de mais de R$ 22 milhões.
Nesta fase, a Justiça autorizou buscas, medidas cautelares contra investigados, sequestro de oito imóveis, dois veículos e a suspensão de acesso de suspeitos às dependências da Metamat. As medidas também incluem a entrega de passaporte, proibição de contato entre os investigados e comparecimento mensal em juízo.
Segundo a Polícia Civil, documentos apreendidos na primeira fase da operação, realizada em maio, revelaram indícios de que os desvios começaram em 2020. Auditorias identificaram poços inexistentes, perfurados em áreas particulares, garimpos, plantações e até dentro de uma granja, além de obras executadas de forma irregular, muitas vezes resultando em poços secos ou sem utilidade para as comunidades.