Foto: Mandel Ngan/AFP
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou que os Estados Unidos poderiam enviar caças F-35 e navios de guerra ao Brasil para “defender a democracia”. A declaração foi dada ao site Metrópoles, em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Eduardo, que desde março vive nos EUA, disse que só retornará ao Brasil caso o pai seja libertado e o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, seja afastado do Supremo. Para o parlamentar, o país corre risco de “mudança de regime” semelhante à da Venezuela, o que justificaria eventual intervenção militar estrangeira.
“Se o regime brasileiro tiver uma evolução igual à da Venezuela, pode perfeitamente ser necessária a vinda de caças F-35 e de navios de guerra”, declarou. Ele também defendeu que sanções já aplicadas por Washington contra autoridades brasileiras poderiam se transformar em ações militares no futuro.
Ataques a Moraes e à sua família
Durante o julgamento de Jair Bolsonaro, Eduardo publicou um vídeo no qual ameaça diretamente a família de Alexandre de Moraes. “Moraes, você, a sua mulher e os seus filhos, eu vou atrás de cada um de vocês”, afirmou o deputado em uma videochamada com apoiadores.
Na publicação, ele reconheceu ter se “excedido”, mas justificou que “só um homem agressivo pode ser pacífico”. Eduardo também é apontado como um dos articuladores da aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes e do tarifaço imposto pelos EUA ao Brasil.
Reação internacional
Na noite de quinta-feira (11), após o veredito, Eduardo compartilhou declarações do Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que prometeu medidas contra Moraes e outros ministros do STF. O Itamaraty respondeu pelas redes sociais, classificando a fala como “ameaça inaceitável” e reforçando que “não intimidará a democracia brasileira”.
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro corre risco de perder o mandato na Câmara dos Deputados por excesso de faltas a sessões, já que não participa das atividades legislativas desde que se mudou para os EUA.
