
Abílio
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou nesta segunda-feira (15) que cerca de 800 famílias que ocupam a região do Contorno Leste serão realocadas para áreas próximas, em projeto que está em fase de conclusão e deverá ser apresentado à Justiça para aprovação.
A declaração foi feita durante conversa com manifestantes que protestavam em frente à Prefeitura contra o despejo programado para os próximos dias. Segundo líderes da ocupação, 2,5 mil famílias estariam em situação de vulnerabilidade social na área. O prefeito, no entanto, contestou os números e acusou políticos de “inflamar” a situação.
“Não tem duas mil e quinhentas famílias vulneráveis lá. Nós estamos com videomonitoramento, a assistência social vai lá, a gente sabe quem realmente mora e quem aparece só para tentar ganhar terra. Não adianta gritar, não vem com falsidade para mim”, disse Abilio.
O prefeito também acusou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), além da deputada federal Rosa Neide (PT), do deputado estadual Valdir Barranco (PT) e do ex-deputado Wilson Santos (PSD), de prometerem apoio às famílias sem condições de cumprir.
“Ano que vem tem eleição. Eles estão mentindo para vocês. Carlos Fávaro está mentindo. Rosa Neide está mentindo. Barranco está mentindo. Wilson Santos está mentindo”, afirmou.
Decisão do STF
Abilio destacou ainda que a desocupação já foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que não cabe à Justiça de Mato Grosso reverter a decisão.
“O Supremo já decidiu a desapropriação. A Justiça local não pode reverter. Agora, cabe apenas encontrar o caminho da desocupação”, explicou.
Segundo o gestor, em reunião realizada há cerca de 20 dias entre Judiciário, Ministério Público e representantes da ocupação, ficou acordada a realocação das famílias. A Prefeitura, então, passou a buscar terrenos para viabilizar os novos lotes.
De acordo com ele, já foram mapeadas áreas para cerca de mil lotes, sendo 700 encontrados pela Prefeitura e outros 250 apontados pela Justiça e pelos proprietários da área. “Nosso levantamento mostra que existem aproximadamente 800 famílias que realmente moram na região. Essas famílias terão sua moradia garantida”, declarou.
Manifestação
Os ocupantes reivindicam que uma perícia seja feita para confirmar a quantidade de famílias na área e exigem que as casas sejam construídas antes do despejo. Parte da população alega viver há anos no local, enquanto outras denúncias dão conta de que há pessoas que alugam casas ou tentam obter terreno sem residir na região.
O prefeito não revelou a localização exata da nova área para evitar novas invasões.