Redação 
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Presídio
A Operação Primatus deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (16) aponta que que facções atuantes em Aripuanã, região noroeste do estado, dominavam não apenas o tráfico de drogas e a extorsão de garimpeiros, mas também estavam por trás de uma série de homicídios registrados na cidade.
De acordo com o delegado Rodrigo Azem, titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), os líderes do grupo, mesmo já presos em unidades prisionais de Cuiabá e outras cidades, seguiam coordenando os crimes à distância.
“Todo o controle financeiro e do tráfico passava pelas mãos deles. Além disso, há fortes indícios do envolvimento em homicídios, que vêm sendo apurados em outros procedimentos”, afirmou o delegado.
As mortes, segundo a apuração, estavam diretamente ligadas à disputa pelo domínio do comércio de drogas e à cobrança de uma “taxa de 2%” sobre a produção de ouro extraído ilegalmente. O valor arrecadado sustentava as atividades da facção e alimentava a rede criminosa. Vítimas que se recusavam a pagar eram intimidadas com armas de grosso calibre e, em muitos casos, executadas como forma de intimidação coletiva.
A operação contou com apoio de aeronaves do Ciopaer, devido ao difícil acesso às áreas investigadas e ao risco de confrontos armados. Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos armas, drogas, dinheiro e até detidos adolescentes que atuavam no esquema.
A ação é resultado de um trabalho conjunto da Polícia Civil com o Ministério Público e o Poder Judiciário, que reforçam a necessidade de enfraquecer o poder paralelo exercido por facções na região.
“O material probatório é robusto e mostra claramente como funcionava a rede criminosa, que se valia do tráfico e da extorsão para financiar homicídios e impor medo a garimpeiros e comerciantes”, concluiu o delegado.
A operação cumpriu 62 ordens judiciais em diferentes municípios de Mato Grosso, incluindo prisões preventivas, bloqueio de valores, sequestro de veículos, apreensão de armas e a suspensão de atividades de empresas ligadas ao esquema criminoso.
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