
O “Anuário de Violência Doméstica e Crimes Sexuais – 2024”, divulgado nesta terça-feira (16) pela Polícia Civil em Cuiabá, revela que a violência contra a mulher em Mato Grosso atinge de forma mais intensa aquelas com baixa renda e que se declaram pretas ou pardas.
Entre os 6.223 casos registrados no ano passado, 55% das vítimas eram pretas ou pardas (3.423) e 58% recebiam entre um e três salários mínimos (3.611). A faixa etária predominante é de 30 a 49 anos, e 62% das mulheres possuem ensino médio ou superior.
Segundo a delegada Judá Maali, titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM), esses números evidenciam a vulnerabilidade social que contribui para o ciclo de violência.
“O acolhimento pode representar o primeiro passo para o rompimento desse ciclo. Quanto mais cedo a mulher buscar ajuda, maiores as chances de proteção e autonomia”, afirmou.
O levantamento aponta ainda que maio e outubro foram os meses com maior número de atendimentos, coincidindo com datas simbólicas como o Dia das Mães e a campanha Outubro Rosa, períodos em que cresce a consciência sobre os direitos e a proteção das mulheres.
Outro dado relevante é que a segunda-feira é o dia da semana com maior procura por atendimento nas unidades especializadas, segundo o Anuário.
O lançamento do documento ocorreu na sede da DEDM, em Cuiabá, com a presença da Coordenadora de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher, Mariell Antonini, e do delegado Richard Damaceno, responsável pelo Plantão de Violência Doméstica.
