
cattani
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) rejeitou, na prática, uma proposta que pretendia ampliar os critérios de ética e moralidade para o exercício do mandato parlamentar. O projeto, de autoria do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), buscava proibir a posse de deputados condenados por “rachadinha” — prática em que agentes públicos se apropriam de parte dos salários de assessores.
Protocolado em junho, o texto já havia sido aprovado em primeiro turno e previa alterações na Resolução nº 679/2006, que institui o Código de Ética da ALMT. A ideia era incluir dispositivos que impedissem a posse de parlamentares condenados por peculato-desvio.
No entanto, em julho, lideranças partidárias apresentaram um substitutivo que modificou a essência da proposta. Pela nova redação, apenas deputados condenados por peculato-desvio com enriquecimento ilícito ou grave prejuízo ao erário ficariam impedidos de assumir mandato. Para Cattani, a mudança inviabilizou o objetivo do projeto, tornando-o “inoperante”.
“Como ninguém quer a minha proposta nesta Casa, eu vou retirar o projeto, que vai para arquivo”, declarou o parlamentar, criticando a postura das lideranças e afirmando que sua proposta foi completamente descaracterizada.
O episódio expõe a dificuldade da ALMT em avançar em medidas de combate à corrupção e reacende o debate sobre ética e moralidade na política estadual.