
A Operação Rede de Mentiras, deflagrada pela Polícia Civil, desmantelou um esquema de pirâmide financeira que lesou mais de mil investidores, causando prejuízos superiores a R$ 21 milhões. A ação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e teve início em 12 de setembro.
Inicialmente, a Decon identificou 27 vítimas, com prejuízos de cerca de R$ 1,3 milhão. No entanto, após a divulgação do golpe, centenas de novas vítimas procuraram a delegacia, incluindo pessoas de outros estados e até de países como Estados Unidos e Japão. Somente de Minas Gerais, foram registradas 1.054 vítimas, com perdas que totalizam R$ 21.107.970,39.
O delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, destacou que a inclusão dessas novas vítimas possibilitará o aprofundamento das investigações e auxiliará na conclusão do inquérito com o indiciamento dos suspeitos. “Essas pessoas serão ouvidas, os documentos que possuem e outras provas serão anexados à investigação, permitindo à Polícia Civil ter uma visão completa dos fatos e adotar novas medidas judiciais”, explicou.
Esquema de pirâmide
As apurações revelaram que o grupo criminoso era comandado por J. R. V. B., de 42 anos, que, junto com sócios, utilizava as empresas Metaverso Soluções Digitais Ltda., Multiverso Digital Ltda. e Bispo Investments Ltda. para atrair investidores com promessas de lucros mensais de até 7% e garantias financeiras inexistentes.
O golpe era divulgado em redes sociais e transmissões ao vivo no YouTube, no canal “Treta Trader”, estimulando a entrada de novos investidores — prática típica de pirâmides financeiras. Diversas vítimas relataram perdas que variavam de alguns milhares até centenas de milhares de reais, afetando inclusive famílias inteiras.
Segundo o delegado, o investigado também intimidava investidores, afirmando possuir arma de fogo. A Justiça deferiu a suspensão do registro da arma, após representação da Decon. “Ele dizia andar armado e que não tinha receio de usá-la. Muitas vítimas se sentiam intimidadas por essas falas do suspeito”, afirmou Rogério Ferreira.
A Polícia Civil segue com a investigação para identificar outros envolvidos e responsabilizar criminalmente todos os integrantes do esquema.
