
Silas da Costa Vaz, secretário da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), é acusado de atuar como “laranja” em um esquema envolvendo a compra de aeronaves avaliadas em mais de R$ 3 milhões. Morador do Recanto das Emas, região periférica de Brasília, Vaz afirma que nunca adquiriu os aviões e desconhece sua assinatura em transações de compra e venda, sugerindo que alguém pode ter usado seu nome de má-fé.
As aeronaves em questão foram adquiridas por Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT), ONG ligada à Conafer que recebe emendas parlamentares. Uma delas, um Beech Aircraft modelo 58P, foi comprada por R$ 1 milhão em janeiro e revendida por R$ 2,5 milhões em junho, uma valorização de 150%. A segunda aeronave, um Cessna 172RG, foi adquirida de Euclydes Pettersen, deputado federal do Republicanos-MG, que anteriormente havia enviado R$ 2,5 milhões em emendas ao ITT. Essas transações estão sendo investigadas por possível fraude à licitação e desvio de recursos públicos.
A Conafer é uma das principais entidades investigadas por descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no que ficou conhecido como a “Farra do INSS”. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS está apurando esses casos de irregularidades envolvendo entidades ligadas ao setor rural.
As investigações apontam que Silas Vaz pode ter sido utilizado como “laranja” em um esquema de lavagem de dinheiro, com a compra e venda de aeronaves superfaturadas. A Conafer e o ITT negam envolvimento em atividades ilícitas e afirmam que estão colaborando com as autoridades.