
Um grupo denominado LGB International, formado por gays, lésbicas e bissexuais, anunciou sua separação do ativismo tradicional que reúne a sigla LGBTQIA+. A entidade declarou “independência” em relação ao movimento trans, alegando que as pautas de identidade de gênero ganharam protagonismo excessivo e estariam ofuscando reivindicações históricas da população LGB.
De acordo com os representantes do grupo, o foco das organizações tradicionais estaria cada vez mais voltado para políticas relacionadas a identidade de gênero, deixando em segundo plano avanços ligados à orientação sexual, como o direito ao casamento, proteção contra discriminação e liberdade de expressão sexual.
Entre as críticas levantadas, a LGB International afirma que há silenciamento de vozes divergentes em relação às ideias de gênero e que, em alguns casos, direitos conquistados por lésbicas, gays e bissexuais entram em conflito com demandas de pessoas trans, especialmente em temas ligados a espaços de privacidade feminina e à preservação da identidade lésbica.
A decisão, contudo, gerou polêmica. Setores tradicionais do movimento LGBTQIA+ consideram a separação um retrocesso e acusam o novo grupo de enfraquecer a luta contra a discriminação. Para esses ativistas, a exclusão de pessoas trans abre espaço para discursos transfóbicos e compromete a solidariedade construída ao longo das últimas décadas.
O anúncio reacende o debate sobre como conciliar as diferentes demandas dentro do espectro LGBTQ+. Para críticos da cisão, os desafios enfrentados por pessoas trans e LGB têm origem comum: a intolerância e o preconceito sociais. Já os defensores da iniciativa afirmam que a separação é necessária para garantir maior clareza e foco nas pautas específicas de gays, lésbicas e bissexuais.
O futuro do movimento dependerá de como essas correntes irão se relacionar daqui para frente: se por meio de cooperação em pontos comuns ou de uma ruptura definitiva, que pode redefinir a agenda global de direitos sexuais e de gênero.
Penso que os direitos do ser humano é universal, independente de raça, cor, crença ou orientação sexual, qualquer coisa além disso só provoca divisões e intolerância!