Redação 
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China exige remoção de barreiras para retomar comércio; produtores americanos enfrentam perdas bilionárias
Pequim elevou o tom contra Washington e condicionou a retomada das compras de soja dos Estados Unidos à retirada das tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. O ultimato partiu do presidente Xi Jinping, que classificou as taxas como “irracionais” e defendeu maior cooperação entre as duas potências.
Desde a posse de Trump e a adoção do tarifaço, a China reduziu drasticamente as importações do grão americano. Em 2024, o país asiático chegou a comprar mais de US$ 12 bilhões em soja, mas, em setembro, as aquisições zeraram. Atualmente, produtos chineses enfrentam alíquota de 30% para entrar nos EUA, enquanto mercadorias americanas pagam 10% para entrar na China.
A demanda chinesa está sendo suprida por fornecedores sul-americanos. O Brasil ampliou suas exportações do grão para Pequim, enquanto a Argentina reduziu temporariamente seus impostos de exportação para ganhar espaço no mercado.
Para os agricultores americanos, a situação é dramática. Em alguns estados, até 60% da produção é destinada à Ásia, especialmente à China. O excesso de estoques gera falta de armazéns, e produtores relatam risco de falência em meio a prejuízos bilionários. Além das barreiras comerciais, pesam ainda a inflação e a escassez de mão de obra, agravada pela repressão imigratória.
Diante da pressão, Trump anunciou a criação de um auxílio financeiro emergencial aos produtores, a ser financiado com parte da arrecadação das tarifas. “Vamos repassar aos nossos fazendeiros o dinheiro das tarifas até que as medidas passem a beneficiá-los”, disse o presidente no Salão Oval.
A promessa, no entanto, não convenceu o setor. “Não vi nenhum dinheiro das tarifas do presidente. Elas já não funcionaram da primeira vez e não acho que vão nos ajudar agora”, afirmou John Boyd Jr., presidente da Associação Nacional de Agricultores Negros, em entrevista à CNN Internacional.
Pesquisa da Universidade Purdue mostra que o pessimismo aumenta entre produtores quanto ao futuro da economia americana. “É uma época ruim para a agricultura dos Estados Unidos. As tarifas estão retirando produtores do negócio”, completou Boyd.
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