
Após mais de 30 anos de encarceramento, Dominique Cristina Scharf, 65 anos, deixou a Penitenciária de Tremembé (SP) em junho deste ano. Conhecida por aplicar golpes sofisticados em empresários, bancos e comerciantes, ela teve a pena prolongada devido a duas tentativas de fuga frustradas durante o cumprimento da sentença.
Filha de pai norte-americano e mãe alemã, Dominique cresceu em uma família de elite em São Paulo e iniciou sua trajetória criminosa ainda jovem, com pequenos furtos. Nos anos 1980 e 1990, acumulou dezenas de inquéritos por estelionato, falsificação de documentos, furtos e assaltos à mão armada. Ela ficou famosa por criar identidades falsas, adulterar cheques, vender joias falsificadas, chantagear homens casados e participar de quadrilhas de clonagem de veículos e tráfico de armas.
Durante a vida de crimes, mantinha estilo de vida luxuoso, hospedando-se em hotéis caros e frequentando restaurantes de alto padrão, chegando em alguns casos a sabotar pratos para não pagar a conta. No auge, chegou a responder a 20 processos simultâneos. Em 2016, suas condenações foram unificadas, totalizando quase 58 anos de prisão. Entre suas tentativas de fuga mais notórias estão o corte de um alambrado no Carandiru com um alicate e a escalada de uma muralha de seis metros em Ribeirão Preto.
Agora em liberdade, Dominique pretende deixar o passado para trás. Ela afirma que quer reconstruir a vida fora da prisão e já planeja abrir uma confecção de roupas de tricô, habilidade que aprendeu durante o período de encarceramento. Apesar de ter convivido com detentas famosas como Suzane Richthofen e Elize Matsunaga, garante nunca ter se identificado com crimes como assassinato.