
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem enviado mensagens ao filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, pedindo que ele diminua o tom das declarações e “feche a boca”. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a orientação visa evitar prejuízos nas negociações sobre anistia ou redução de penas.
A comunicação direta entre pai e filho está proibida por decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Alexandre de Moraes, que os investiga em inquérito sobre suposta coação à Justiça. Para intermediar o diálogo, nomes próximos a Bolsonaro, como o deputado Sóstenes Cavalcante (PS-SP), foram cotados, mas Eduardo tem resistido. Segundo interlocutores, ele considera que o pai está “refém” da situação e não consegue avaliar corretamente o cenário político.
Nos últimos dias, Eduardo Bolsonaro intensificou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Centrão e ao próprio PL. Ele se lançou como pré-candidato ao Planalto, prometeu disputar a eleição mesmo que Tarcísio de Freitas seja o escolhido pelo pai, comemorou sanções contra a esposa de Moraes e chamou ministros da Corte de “mafiosos”.
Em declarações recentes, Eduardo também acusou Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, de “afagos mentirosos” e “esquemas espúrios”, aumentando o clima de tensão dentro do bolsonarismo. Segundo ele, Jair estaria sendo pressionado a aceitar um acordo que o afastaria da anistia e o levaria a apoiar Tarcísio para a Presidência em 2026.