
A Polícia Civil de Mato Grosso, em parceria com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), deflagrou na manhã desta quinta-feira (2) a Operação Encômio, voltada à repressão de crimes de apologia ao nazismo no Estado. A ação resultou no cumprimento de mandado de busca e apreensão e de acesso a dados telemáticos em Várzea Grande, contra um homem suspeito de integrar grupos extremistas de orientação neonazista em aplicativos de mensagens.
A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) e pela Gerência de Inteligência Cibernética da Polícia Civil, após informações repassadas pela Abin sobre atividades criminosas em ambiente digital. O caso é enquadrado no artigo 20 da Lei nº 7.716/1989, que criminaliza a prática de incitação ao preconceito e a exaltação ao nazismo.
Segundo a Polícia Civil, diligências confirmaram a identidade e o endereço do investigado, além de reunir indícios que apontam sua vinculação a grupos extremistas. A 2ª Vara Criminal de Várzea Grande autorizou mandados de busca domiciliar e pessoal, além do acesso a dispositivos eletrônicos e a conteúdos armazenados em nuvem.

O delegado Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, titular da DRCI, destacou a importância da integração entre instituições no combate ao extremismo. “A atuação da DRCI, com apoio da Diretoria de Inteligência, reforça o compromisso da Polícia Civil de Mato Grosso no enfrentamento a práticas criminosas que atentam contra a democracia e a ordem pública”, afirmou.
O superintendente da Abin em Mato Grosso, Felipe Midon, ressaltou os riscos representados por indivíduos radicalizados. “Além de recrutarem outros indivíduos para agirem em nome da ideologia que defendem, nesse caso o neonazismo, reconstroem sua identidade social até demonstrar disposição para agir violentamente”, explicou. Ele acrescentou que o trabalho de inteligência depende da cooperação interinstitucional: “ninguém faz nada sozinho”.
O nome da operação faz referência ao termo “encômio”, que significa discurso de elogio, em alusão ao comportamento do investigado, que exaltava o nazismo em suas manifestações digitais.
A Polícia Civil reforça que a divulgação de símbolos e mensagens de exaltação ao nazismo é crime e que denúncias anônimas podem ser feitas pelo número 197.