
Um grupo criminoso liderado por Sebastião Lauze Queiroz, conhecido como “Dandão” ou “Dono da Quebrada”, tornou-se réu na Justiça de Mato Grosso acusado de movimentar mais de R$ 13,3 milhões por meio de plataformas de apostas ilegais. Segundo o Ministério Público, o esquema, descoberto em Cuiabá, servia para lavar recursos provenientes do tráfico de drogas, estelionato e outras atividades ilícitas ligadas ao Comando Vermelho.
Como funcionava o esquema
A investigação aponta que a quadrilha utilizava sites de apostas clandestinas — conhecidos como “bets piratas” — para ocultar a origem do dinheiro. Os valores eram pulverizados em contas de laranjas, empresas de fachada e transferências digitais, dificultando o rastreamento pelas autoridades.
Além do uso das plataformas, o grupo investia também em times de futebol amador na região, o que ajudava a mascarar a movimentação financeira e dar aparência de legalidade aos recursos.
Denunciados e papel de cada um
Além de Dandão, outros 15 integrantes foram denunciados. Entre eles, Ozia Rodrigues, Dainey Aparecido da Costa, conhecido como “Playboy”, e Renan Curvo da Costa. Segundo a denúncia, eles atuavam na criação e manutenção das plataformas, captação de apostas e distribuição do dinheiro ilícito.
Parte dos acusados já está presa preventivamente ou cumpre medidas restritivas impostas pela Justiça.
Impacto e repercussão
Para o Ministério Público, a denúncia representa um avanço no combate ao uso do mercado ilegal de apostas como ferramenta de lavagem de dinheiro do crime organizado em Mato Grosso. O caso também evidencia a necessidade de maior fiscalização e regulamentação das apostas esportivas no país, já que o ambiente digital facilita a ocultação de valores e a movimentação rápida entre contas.
Se condenados, os réus podem responder por lavagem de dinheiro, estelionato, organização criminosa e exploração de jogos de azar.