
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode colocar organizações criminosas brasileiras como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) na lista de grupos considerados terroristas pelo governo norte-americano.
A possibilidade ganhou força após Trump anunciar que o país está em um “conflito armado” contra cartéis de drogas que ele passou a tratar como “combatentes ilegais”. A informação foi divulgada em documento obtido pela imprensa internacional e rapidamente repercutiu no Brasil.
Nos últimos dias, o mandatário vem intensificando operações militares no Caribe. Nesta sexta-feira (3), o secretário de Guerra, Pete Hegseth, publicou um vídeo mostrando o bombardeio a uma embarcação supostamente usada por narcotraficantes, que teria resultado na morte de quatro homens.
Segundo Trump, cartéis de drogas representam um “ataque armado contra os Estados Unidos”. Essa nova postura amplia o foco do governo, colocando países como a Venezuela sob maior vigilância, diante de suspeitas de envolvimento com o envio de drogas para o território norte-americano.
Em entrevista à BBC News Brasil, o diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, Christopher Garman, avaliou que o movimento pode atingir também organizações brasileiras. “É possível que Donald Trump passe a considerar PCC e CV como organizações terroristas nos próximos meses”, afirmou.
Garman, no entanto, destacou a complexidade dessa decisão. “O desafio de quando você denomina PCC e CV como organização terrorista é que tem que identificar quais grupos estão ajudando essas organizações. E, dado o tamanho, a sofisticação e a entrada desses grupos no setor privado, não é fácil”, explicou.
A eventual inclusão das facções brasileiras em uma lista de terroristas poderia abrir espaço para sanções econômicas e ações coordenadas com outros países, ampliando a pressão internacional sobre o crime organizado na América Latina.