
A juíza Savana Bosse Saboia Ribeiro, da 10ª Vara Cível de Cuiabá, negou o pedido do deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) e determinou o leilão de 50% da fazenda São José do Piquiri, localizada na região do Pantanal, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A propriedade está avaliada em R$ 30 milhões e será usada para quitar uma dívida eleitoral que se arrasta há mais de duas décadas.
O débito é cobrado pela empresa Carretel Filmes Ltda., responsável por serviços prestados durante a campanha de 1998, quando Júlio Campos disputou o Governo de Mato Grosso contra Dante de Oliveira. O valor inicial da dívida era de R$ 86 mil, mas, após sucessivas correções monetárias e juros, já ultrapassa R$ 2,5 milhões.
O parlamentar, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, tentou suspender o cumprimento da sentença. Ele alegou que o acordo judicial firmado em 2015 incluiu de forma indevida uma nota promissória de R$ 188 mil, posteriormente declarada inexistente pela 5ª Vara Cível de Cuiabá.
Segundo a defesa, o deputado teria sido induzido ao erro ao assinar o acordo, sem ter conhecimento da decisão que invalidava a nota. Apesar disso, a magistrada entendeu que o pedido de nulidade não se sustenta e manteve a execução da dívida.
Com a decisão, metade da fazenda São José do Piquiri será levada a leilão público, e os valores arrecadados deverão ser usados para quitar o débito histórico com a produtora.