
Lúdio Cabral - Foto: reprodução internet
Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (20), o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) voltou a criticar a condução das obras do Bus Rapid Transit (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande, classificando o projeto como um exemplo de “falta de planejamento” por parte do governo estadual.
O parlamentar afirmou que a população sofre diariamente com os transtornos no trânsito causados pelas obras e defendeu que o foco agora deve ser concluir o modal em execução, antes de discutir qualquer mudança de projeto.
“Os problemas que acontecem na execução do BRT são um sinal de falta de planejamento. Não é nem mais uma novela, é uma série de várias temporadas. Era BRT, virou VLT, voltou a ser BRT. O que a população quer é o fim do transtorno. O principal agora é concluir o que está sendo feito”, declarou Lúdio.
O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), Marcelo de Oliveira, assegurou que o BRT será entregue até o fim de 2026. O deputado, no entanto, afirmou que monitorará o cumprimento dos prazos, destacando que já houve atrasos em etapas anteriores.
Esta é a segunda convocação do secretário feita por Lúdio neste ano. A primeira ocorreu em março, após a rescisão do contrato entre a Sinfra e o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, formado por Nova Engevix, Heleno & Fonseca e Pagmob Tecnologia. O grupo executou obras de pavimentação e infraestrutura entre o Aeroporto Marechal Rondon e a Avenida do CPA, com custo de R$ 132,3 milhões.
O novo contrato, firmado com o Consórcio Integra BRT (Lotufo Engenharia, Guaxe Construtora e Encomind Engenharia), está orçado em R$ 155,1 milhões e abrange o trecho entre o Pantanal Shopping e o viaduto da Miguel Sutil, além da Avenida da Prainha, com previsão de conclusão até fevereiro de 2026.
“Nós vamos monitorar e cobrar o andamento dessas obras. São mais R$ 150 milhões para esse trecho, e ele precisa ser concluído”, reforçou Lúdio.
A Sinfra também prepara licitação para a construção das estações de embarque e desembarque em Cuiabá e Várzea Grande, ao custo de R$ 68,8 milhões, com entrega prevista até junho de 2026. Ainda não há, contudo, data definida para a compra dos veículos do sistema.
O deputado também chamou atenção para a falta de medidas de mitigação no trânsito durante as obras, criticando a postura da Prefeitura de Cuiabá.
“É uma questão de planejamento. A prefeitura precisa sinalizar melhor, indicar vias alternativas e manter agentes de trânsito ao longo dos trechos em obras”, pontuou.
Por fim, Lúdio destacou que o trecho mais crítico é o da Prainha, entre a Praça Ipiranga e a Igreja do Rosário, onde as obras de drenagem são executadas pela Águas Cuiabá. O parlamentar afirmou que poderá convocar representantes da concessionária e da prefeitura para discutir o andamento da intervenção.