O Ministério Público de São Paulo denunciou, nesta quinta-feira (23), o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL-SP) por perseguição, violência psicológica, física e ameaças contra a ex-esposa, professora e influenciadora Cíntia Chagas. A promotoria solicitou à Justiça a prisão preventiva do parlamentar, argumentando que ele descumpriu medidas protetivas concedidas à vítima.
De acordo com a denúncia, Bove teria desrespeitado decisões judiciais que proibiam qualquer contato ou aproximação com Cíntia, representando, segundo o MP, um risco à segurança da influenciadora. O pedido foi enviado ao Tribunal de Justiça de São Paulo e corre em segredo de Justiça.
O relacionamento do casal começou em 2022 e terminou de forma conturbada em 2024, quando Cíntia registrou boletim de ocorrência e obteve medidas protetivas. Desde então, afirma ter sido alvo de perseguição e agressões verbais e físicas. Em nota, ela declarou receber a denúncia “com serenidade e confiança na Justiça”, ressaltando que a violência contra a mulher é uma violação à dignidade humana que deve ser combatida.
Em suas redes sociais, Bove negou todas as acusações, alegando ser vítima de perseguição e criticando o que chamou de “militância feminista no poder público”. O deputado afirmou ainda que denúncias falsas prejudicam a credibilidade de vítimas reais e contestou o pedido de prisão, alegando vazamento de informações mesmo sob segredo de Justiça.
O caso ganhou repercussão política, já que Bove é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e figura ativa na Assembleia Legislativa de São Paulo. No início de 2025, ele foi alvo de um pedido de cassação arquivado pelo Conselho de Ética.
A Justiça deve decidir nos próximos dias sobre a aceitação da denúncia e se acata o pedido de prisão preventiva, o que pode levar ao afastamento do parlamentar de suas funções até nova deliberação judicial.
