O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informou, nesta terça-feira (5), que encaminhou um ofício à Polícia Civil solicitando informações sobre as investigações relacionadas à Operação Fio de Aço, deflagrada pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor). A operação apura um suposto esquema criminoso voltado ao direcionamento de contratações e à aquisição irregular de equipamentos médicos custeados com recursos públicos.
De acordo com o CRM-MT, o pedido tem como objetivo esclarecer se há médicos entre os investigados e obter acesso aos documentos que fundamentam a apuração policial. As informações solicitadas são essenciais para que o Conselho avalie a abertura de sindicância e, se necessário, de um processo ético-disciplinar.
A Operação Fio de Aço foi deflagrada na última segunda-feira (4) e tem como foco um suposto esquema de fraudes em procedimentos médicos financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As investigações indicam manipulação de contratos e simulação de concorrência entre empresas para inflar orçamentos e desviar recursos públicos.
Entre os alvos estão dois médicos conhecidos de Cuiabá: o urologista Carlos Evaristo Metello e o médico-cirurgião e empresário Aritony de Alencar Menezes, proprietário da empresa Contectmed. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos profissionais, localizadas no condomínio Florais dos Lagos, na capital. Em um dos episódios, um dos médicos chegou a ser abordado pelos investigadores dentro da academia do condomínio.
O suposto líder do esquema, segundo a Deccor, seria Anderson Leôncio de Oliveira Araújo, e a rede de fraudes envolveria também as empresas Rondelo, Uromed e L.A. Serviços. O prejuízo potencial aos cofres públicos é estimado em R$ 8 milhões.
Com o pedido de informações, o CRM-MT reforça seu compromisso com a ética e a transparência na profissão médica e aguarda o retorno da Polícia Civil para tomar as medidas cabíveis.
