A adolescente Julia Kwapis, de 14 anos, está entre as seis vítimas fatais do tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, na sexta-feira (7). Segundo a família, a jovem foi arrastada pela força dos ventos, que chegaram a 250 km/h.
Julia estava na casa de uma amiga quando o fenômeno atingiu o município, que teve cerca de 90% de suas construções destruídas. Ferida, ela foi levada ao Hospital São José, em Laranjeiras do Sul, a cerca de 18 km de distância, mas não resistiu aos ferimentos.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, a mãe relatou os momentos de desespero e a longa espera por notícias. “A princípio, o que a gente soube é que ela foi jogada, arrastada. Ela chegou em estado muito grave, muito machucada. A gente estava preparando o churrasco da Crisma dela para este sábado”, contou emocionada.
De acordo com a Defesa Civil, cinco das seis vítimas confirmadas são de Rio Bonito do Iguaçu entre elas, dois homens (49 e 83 anos), uma mulher (47 anos) e Julia. A sexta vítima é um homem de 53 anos, morador de Guarapuava, que morreu soterrado.
O governo do Paraná informou que 437 pessoas ficaram feridas, sendo nove em estado grave, e que o desastre afetou diretamente mais de 10 mil moradores. O tornado foi classificado como EF3 na escala Fujita que vai até 5 e provocou colapso estrutural em casas, destelhamentos em massa e quedas de árvores.
Diante da tragédia, o governador Ratinho Junior (PSD) decretou estado de calamidade pública e anunciou uma força-tarefa para reconstrução da cidade. Também determinou o adiamento do Enem 2025 em Rio Bonito do Iguaçu, garantindo reaplicação da prova para os estudantes.
Moradores descrevem a passagem do tornado como um “cenário de guerra”. Ruas desapareceram, bairros foram destruídos e famílias inteiras perderam tudo. Entre as histórias de dor e perda, a morte precoce de Julia que se preparava para celebrar um dos momentos mais marcantes de sua vida comoveu o país e se tornou símbolo da tragédia que atingiu o Sul do Brasil.
