Em entrevista à BBC News Brasil, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) fez duras críticas ao grupo político ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem rompeu entre 2019 e 2020. Eleita pelo PSL como uma das principais vozes do bolsonarismo no Senado, Soraya afirmou que o afastamento ocorreu por divergências internas e pela falta de diálogo dentro do movimento.
“O não escutar a opinião, esse foi um dos problemas”, declarou. Segundo ela, o ambiente político em torno de Bolsonaro se transformou em algo semelhante a uma seita. “Eles são kamikazes, por isso que eu chamo de seita. Na seita você tem que seguir o líder e não pensar.”
A parlamentar também revelou ter sido alvo do chamado “gabinete do ódio”, estrutura de comunicação digital associada a ataques e campanhas de difamação contra adversários do ex-presidente. “Fui vítima desse grupo. É algo que destrói reputações e não aceita críticas”, afirmou.
O rompimento marcou uma virada na trajetória política da senadora, que hoje busca construir um espaço de centro independente, defendendo o diálogo entre diferentes correntes ideológicas.
