President Donald Trump delivers remarks at the White House AI Summit at Andrew W. Mellon Auditorium in Washington, D.C., Wednesday, July 23, 2025. (Official White House Photo by Joyce N. Boghosian)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a provocar polêmica ao afirmar neste domingo (9), em sua rede Truth Social, que “a Amazônia do Brasil foi destruída para a construção de uma estrada de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar”. Segundo ele, o caso teria se tornado “um grande escândalo”.
A publicação veio acompanhada de um vídeo da Fox News, emissora conservadora norte-americana, que enviou correspondentes a Belém (PA) para cobrir a COP30, conferência do clima das Nações Unidas que ocorrerá em 2025. No vídeo, tanto o apresentador quanto o repórter criticam o governo brasileiro por suas “prioridades ambientais” e afirmam que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, teria “se gabado de cortar milhares de árvores para a construção da estrada”.
Embora Trump não tenha citado nomes, a referência parece ser à Avenida Liberdade, via que ainda não foi inaugurada em Belém.
As críticas foram rapidamente rebatidas pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que ironizou o ex-presidente americano:
“Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas. Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia – com destaque para o estado do Pará, que obteve o seu melhor resultado. Ou, no mínimo, seguir o exemplo do Governo do Brasil e investir mais de US$ 1 bilhão para salvar florestas no mundo. Ainda dá tempo de passar na COP30, presidente Trump. Esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar.”
O Palácio do Planalto adotou tom mais contido e, em nota, esclareceu que a obra mencionada “não é de responsabilidade federal”.
“A Secretaria Extraordinária para a COP30, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, esclarece que a construção da rodovia Avenida Liberdade não faz parte do escopo de obras de infraestrutura do evento”, informou.
A declaração de Trump ocorre em meio a uma nova onda de desinformação ambiental impulsionada por setores conservadores dos Estados Unidos, que costumam criticar as políticas de proteção ambiental adotadas pelo governo brasileiro e seus compromissos climáticos internacionais.
