Uma investigação que pode se tornar uma das maiores fraudes financeiras do país ganhou novos contornos nesta terça-feira (18). Durante depoimento à CPI do Crime Organizado, no Senado, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que o esquema envolvendo o Banco Master pode alcançar a marca de R$ 12 bilhões e adiantou que a corporação já apreendeu R$ 1,6 milhão em espécie na casa de um dos investigados.
Rodrigues destacou que a operação, deflagrada nas primeiras horas da manhã, atua em conjunto com o Banco Central e o Coaf para apurar a emissão de títulos de crédito falsos por instituições do sistema financeiro nacional. Segundo ele, os alvos vêm sendo monitorados há meses, e a coordenação entre os órgãos é fundamental para avançar no rastreamento dos recursos.
O diretor-geral confirmou ainda a prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, apontado como um dos principais articuladores do esquema. Também foi preso Augusto Lima, sócio de Vorcaro. Além disso, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão contra o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, que acabou afastado do cargo por decisão judicial.
Durante a oitiva, Rodrigues reiterou a importância de atingir o núcleo financeiro das organizações criminosas. “O crime organizado tem que ser enfrentado com descapitalização, tirando poder econômico e prendendo lideranças”, disse o diretor.
A sessão também previa o depoimento de Leandro Almada, diretor de Inteligência Policial da PF, que não compareceu. O presidente da CPI, senador Fabiano Contarato (PT-ES), afirmou que o colegiado insistirá em ouvi-lo.
