O processo que trata da morte de Gabrieli Daniel de Souza está temporariamente suspenso enquanto aguarda a conclusão do exame mental solicitado pela defesa do réu, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes. Ele confessou ter matado a esposa com um tiro na cabeça dentro da casa onde viviam. Os dois filhos do casal estavam na residência no momento do crime e foram levados pelo pai até a casa dos avós.
A defesa alegou desequilíbrio emocional e pediu a instauração de incidente de insanidade mental. O juiz do caso ainda não definiu a data para a realização do exame. Uma audiência de instrução foi realizada em agosto, com oitiva de testemunhas, familiares e do próprio acusado. Sem a conclusão da perícia, o processo segue sem decisão de pronúncia, etapa que define se o réu irá ou não a julgamento pelo Tribunal do Júri.
A defesa tem apresentado laudos particulares que apontam transtornos mentais. O policial continua preso em Chapada dos Guimarães. Os filhos do casal atualmente vivem com os avós maternos no Pará, enquanto a disputa pela guarda segue paralelamente na Justiça.
O crime
No dia 25 de maio, a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de feminicídio no bairro Praeirinho, em Cuiabá. Gabrieli foi encontrada morta na cozinha da casa, atingida por disparos de pistola. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência confirmou o óbito no local. Após o crime, Ricker fugiu levando os filhos e os deixou com seus familiares.
Ele se apresentou voluntariamente no dia seguinte na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa. Em depoimento, afirmou estar arrependido. Inicialmente, ficou custodiado no Batalhão de Operações Especiais.
Em julho, o policial foi condenado a 12 anos e 10 meses de prisão por uma tentativa de homicídio qualificado cometida em 2018 contra um adolescente de 17 anos, que ficou com sequelas permanentes após ser atingido durante uma perseguição.
