A Polícia Judiciária realizou uma operação no norte do país que resultou na detenção de oito pessoas suspeitas de corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos e abuso de poder. A ação, que faz parte da Operação Puro Verde, incluiu 21 buscas domiciliárias e não domiciliárias, entre elas na sede da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).
A investigação, iniciada em agosto, teve origem em uma denúncia sobre um suposto esquema envolvendo funcionários da Comissão e empresários do setor vinícola. O grupo é suspeito de favorecer determinados produtores por meio da omissão de fiscalizações relativas à origem, circulação e armazenamento de uvas durante a vindima de 2025.
A CVRVV é a entidade responsável pelo controle da produção e comércio, além da certificação de vinhos com Denominação de Origem e Indicação Geográfica. O esquema identificado colocaria em risco o processo de certificação, que garante origem, castas, métodos de produção e características próprias dos vinhos certificados.
Segundo a PJ, o objetivo seria beneficiar operadores econômicos por meio da oferta e aceitação de vantagens em dinheiro e bens. Entre os detidos estão quatro membros da Divisão de Fiscalização e Controlo da CVRVV e quatro empresários do setor de produção e distribuição de vinhos verdes.
Durante a operação, 17 pessoas singulares e coletivas foram constituídas arguidas e diversos bens e valores foram apreendidos. A ação foi conduzida pela Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, que buscou reunir provas sobre eventuais violações nas regras de certificação e nas ações de fiscalização.
Os detidos serão apresentados ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para o primeiro interrogatório judicial e definição das medidas de coação. O inquérito é conduzido pela 6.ª Secção do DIAP do Porto.
